Obesidade
- Dr. Eduardo Rossi

- 5 de fev. de 2019
- 4 min de leitura

Obesidade em Cães
Gordinhos não são saudáveis
Nos últimos tempos o relacionamento entre cão/homem passou por algumas mudanças. Diferentes tipos e marcas de ração foram lançados pelas grandes empresas e passaram a ser recomendadas pelos veterinários como a melhor forma de manter saudáveis os seus cães. No entanto, apesar de serem produtos desenvolvidos com o objetivo de fornecer aos cães tudo o que eles precisam, cada uma tem sua especificade atualmente e algumas têm sido usadas de forma equivocada.
Um dos principais fatores geradores do cão obeso é o seu proprietário.
Muitos donos de cães, exageram nos petiscos caninos, na quantidade da ração diária, e, principalmente, nos agradados não-caninos, como bolachinhas, pão, biscoitos, chocolates, como aquele restinho de arroz e macarrão do almoço...
Além disso, a escolha do tipo de ração é fundamental: cães adultos devem comer ração especial para cães adultos, uma vez que para cada fase de desenvolvimento as necessidades nutricionais são bastante diferentes.
Comumente dividimos a fases de crescimento dos cães hoje em:
Filhotes; Adultos; Sênior (+7 anos); Sênior (+10 ou +12 anos (gatos) ).
No caso das fêmeas grávidas ou que ainda estão amamentando, é fundamental que elas recebam ração para filhotes, uma vez que estas possuem maior quantidade de cálcio e proteínas, também temos hoje a disposição uma ração da Royal Canin que além de servir para o período de gestação da cadela ele serve também para o período de desmame dos filhotes.
Outro fator importante que pode levar à obesidade é a falta de exercícios adequados para o nível de atividade próprio de cada raça e de cada indivíduo. Ou seja, cães pouco ativos e que recebam ração em grande quantidade, com certeza ficarão obesos. Como ganhar é sempre mais fácil que perder, em muitos casos a simples introdução de uma carga maior de exercícios não é suficiente para reduzir o peso de um cão obeso.
Problemas causados pela obesidade
Quando um cão está obeso ele esta num estado de inflamação crônica do organismo - assim como os humanos - a primeira parte do corpo a sofrer é a coluna vertebral, que passa a ser exigida em excesso. Mas além da coluna, cães obesos podem apresentar ainda muitos problemas de pele, além de comportamentos sonolentos, dificuldades de andar e perder o fôlego com facilidade.
Os cães obesos tornam-se ainda mais predispostos a desenvolver problemas ósseos e das articulações, como artroses, entorses e outras lesões.
Outro órgão bastante prejudicado com a obesidade é o coração, e por conseqüência, todo sistema circulatório. Assim, muitos cães obesos viram novas vítimas de problemas cardíacos.
Alterações hormonais também podem, aparecer devido a obesidade, porém também podem predispor a obesidade, então é um fator muito importante que devemos ficar atentos também.
No entanto, a obesidade não prejudica apenas os cães adultos. Cuidados especiais devem ser tomados para que os filhotes não sejam atingidos por este problema, o que certamente acarretaria ainda mais prejuízos, já que na fase de crescimento problemas como a displasia coxo-femoral (má formação das articulações dos quadris) podem ser fortemente agravados pelo excesso de peso.
Como saber se seu cão está obeso?
Convencionou-se que quando o cão estiver com 15% a mais do peso normal ele está obeso. Segundo alguns estudos, cerca de 24% dos cães sofre com excesso de peso, e as raças mais predispostas à obesidade são: labrador, cocker spaniel inglês, dachshund, beagle, basset hound, dentre outros.
Um método simples é pegar a pele entre os dedos, ao nível das costelas. Se agarrar uma prega muito grossa, ele está acima do peso. Outro sinal bastante característico é um aumento da massa de gordura ao redor do pescoço do cão e na garupa (ou cintura).
Como resolver o problema da obesidade?
O principal cuidado é trazer o seu cão para um check-up. E isso, só um veterinário pode realizar. O check-up vai conseguir detectar se o problema da obesidade não está ligado a nenhuma disfunção hormonal e caso isso seja o problema, indicaremos o melhor tratamento.
Elabore, junto com o veterinário, uma meta de peso adequada ao seu cão. Lembre-se de que se o dono não colaborar qualquer tentativa de dieta será inútil.
Verifique sempre as quantidades recomendadas de ração pelo fabricante. Muitas vezes a simples redução das quantidades diárias já é suficiente. Em outros casos, a mudança para uma ração diet ou light é uma solução bastante eficiente.
Elimine os petiscos não-caninos e reduza os biscoitinhos entre as refeições.
Procure não deixar a ração à disposição do cão. Estabeleça horários fixos e com isso você estará mais apto a descobrir exatamente quanto come seu cão. No caso de você possuir mais de um cão, verifique se um dos cães não está 'roubando' a ração do outro.
Inicie ou aumente as sessões de exercícios com o seu cão. Atenção: Escolha cuidadosamente os horários para os passeios e exercícios diversos. Respeite o ritmo de seu cão e vá aumentando a carga de exercícios aos poucos. Além de caminhadas, você pode ainda praticar outras atividades como o agility e a natação, que estão se tornando cada vez mais frequentes.
ATENÇÃO: Este artigo foi elaborado pelo Dr. Eduardo Morro Rossi para ser fornecido aos clientes da ROSSI MEDICINA VETERINÁRIA. Não pode ser reproduzido sem autorização do autor.





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