Anemia em Cães
- Dr. Eduardo Rossi

- 7 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 27 de nov. de 2018
A anemia é caracterizada pela diminuição da contagem hemácias ou de hemoglobina na circulação sanguínea. Clinicamente, a anemia manifesta-se sob a forma de palidez das mucosas.
Origens
No cão a anemia pode ter diversas causa e além disso pode ser classificada de algumas maneiras muito complexas. Essa é apenas uma tentativa de ilustrar e orientar melhor vocês. Pode ser resultado de um aumento anormal da hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), o que define as anemias hemolíticas, ou de uma insuficiência na produção de hemácias pela medula óssea (tutano dos ossos), encarregada fisiologicamente, de produzir glóbulos vermelhos jovens.

Anemias hemolíticas
São as mais comuns devido à grande frequência de algumas de suas causas, em particular, as hemoparasitoses (doenças comumente transmitidas pelos carrapatos, que causa a destruição dos glóbulos vermelhos em circulação).
Este tipo de anemia pode ser visualizada, não apenas na palidez das mucosas como também na coloração anormal da urina; a hemoglobina, contida nas hemácias, é então liberada na urina e pode dar uma coloração avermelhada da urina. Às vezes a anemia é acompanhada de icterícia, caracterizada pela coloração amarelada as mucosas orais e genitais.
No cão, também ocorrem outras causas de hemólise, causas imunológicas (chamamos de auto-imune); em que o organismo ataca suas próprias hemácias. Este tipo de anemia hemolítica pode ocorrer de repente, sem razão aparente, ou ser a seqüela, de alguma hemoparasitose por exemplo, ou outra patologia.
Anemias de origem medular
As anemias originadas devido uma insuficiência de produção de hemácias pelo organismo (medula óssea) respondem a vários mecanismos. Fisiologicamente, a produção de hemácias requer a presença de um hormônio de origem renal, a “Eritropoietina”; a presença de células matrizes, que produzirão as futuras hemácias; a presença de materiais necessários para a fabricação e montagem dos elementos que constituem a hemácia (ex: ferro, cobre, hemoglobina...).
A produção de hemácias pode ser perturbada de diversas maneiras: redução da produção da eritropoietina (pelo rim), em particular nos casos de insuficiência renal. Estas últimas também podem ser bloqueadas por células tumorais ou por uma esclerose/necrose que invada a medula; também podem ser destruídas por agentes citotóxicos, por exemplo, agentes quimioterápicos utilizados no tratamento de certos tipos de câncer no cão, medicações nefrotóxicas.
E também, os elementos indispensáveis para a produção de hemácias como ferro, cobre, vitamina B12, etc... que podem acontecer não apenas com deficiências alimentares por falta na dieta mas também por dificuldades na absorção como a causadas por transtornos digestivos crônicos (diarréia crônica de origem parasitária, tumores no tubo digestivo, IPE).
Diagnóstico
As causas das anemias são numerosas e, antes de tratá-las especificamente, torna-se indispensável identificar e quantificar essa anemia. A partir de uma amostra de sangue, o laboratório realizará os exames específicos. Os dois principais são:
- Exame quantitativo, realizado com um contador automático, que permite determinar o número de glóbulos vermelhos, a taxa de hemoglobina, o número de glóbulos brancos e sua distribuição e o cálculo de certos índices de padrão, que também permite caracterizar a anemia.
- Um segundo exame é qualitativo e consiste no exame de um esfregaço de sangue extraído no qual o veterinário irá procurar a presença de hemoparasitas e poderá observar a morfologia dos glóbulos vermelhos.
Assim, tendo em posse esses resultados, conseguimos definir o tipo de anemia e o melhor tratamento para a mesma, pois cada tipo exige uma abordagem diferente.
Atenção: Este artigo foi elaborado pelo Dr. Eduardo Morro Rossi para ser fornecido aos clientes da ROSSI MEDICINA VETERINÁRIA. Não pode ser reproduzido sem autorização do autor.





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